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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Celso Cassalho relata sua visita ao Museu da Bíblia

Museu sediou encontro de deficientes visuais no dia 23

Celso Cassalho
As 7 horas e 20 minutos embarquei da zona norte para a zona sul da imensa capital paulistana. Estação Santa Cruz era meu destino. No caminho, já no interior do metrô, duas pessoas se sentaram do meu lado e fomos a conversar até que pelo percurso ambas desembarcaram restando apenas eu para saltar do comboio.
Os paulistanos acordaram sob um sol maravilhoso, seu brilho logo apareceu sem qualquer timidez, tornando desta forma, a primavera linda com todo seu real sentido dos coloridos das flores e dos pássaros que em algum lugar perto da estação cantarolavam suas melodias anunciando o dia que nascia!
Saí conforme orientação do meu grupo para a direção do colégio Arquidiocesano e lá já estavam os ônibus que nos levariam para a (SBB) Sociedade Bíblica do Brasil. Sem atraso, dentro do combinado saímos em direção a cidade metropolitana chamada Barueri, Museu da bíblia era o palco onde mais de cem deficientes visuais num trabalho maravilhoso de voluntários enxergantes ou não trocariam ali as diversas experiências que tentarei no decorrer desta descrição relatar a todos vocês.
Passava um quarto das 9h e já estávamos no destino, a viagem que se seguiu tudo aconteceu dentro do previsto. Os Amigos pra Valer cantavam, declamavam mensagens positivas, em fim, uma animação só! Maria de Deus de posse de um microfone caminhava de um lado a outro do ônibus buscando alguns detalhes interessantes para nos contar e sem perda de tempo, entrevistava os amigos com abilidade!
Pois bem, ao desembarcar do ônibus fomos até o interior do prédio. O museu da bíblia foi construído numa parceria da (SBB) Sociedade Bíblica do Brasil e a prefeitura municipal da cidade acolhedora de Barueri.
Entramos porta a dentro e um enorme saguão cheio de mesas e cadeiras nos aguardavam para um delicioso café da manhã servido gentilmente pelas moças que trabalham no museu, e demais voluntários presentes no local.
Bom dia a todos! sejam muito bem vindos! agradeço a Deus pela presença de vocês e por favor estejam a vontade!
Percebi que havia um entusiasmo muito grande entre elas, as meninas que trabalham lá. Este entusiasmo era misturado com a ansiosidade pela troca de experiências, por aprenderem sobre a deficiência visual, por talvez imaginarem como poderia ser aquele dia, por imaginarem a imensa platéia que mesmo ausentes da visão física iam em poucos instantes entender sobre a mais apreciada história do mundo cristão.
Servidos de um delicioso cardápio muito bem variado por sinal. Suco de laranja, bolo de fubá, pães de queijo, sanduíches, esfirras além do indispensável leite com café. Terminada essa refeição, pela qual muito agradeço o brilhantismo mais uma vez dos voluntários da (SBB), fomos até o auditório.
O auditório do museu é amplo, sua acústica é perfeita e esta sala apresenta um acabamento muito criativo. Ela tem o formato de uma escada tendo o espelho bem maior que o tradicional. Para que você possa ter uma melhor idéia, as escadas são parecidas mesmo com uma arquibancada; sobre esta arquibancada cadeiras foram instaladas dando a ligeira impressão de ser mesmo um teatro.
Quando estávamos nos acomodando nas cadeiras extremamente aconchegantes, um som ambiente brindava nossos ouvidos com canções originadas de violinos, flautas entre outros instrumentos acolhedores e transmissores de paz na alma e tocante no profundo de nosso ser.
A mestra de cerimônia, já no palco, anuncia a grande expectativa daquela manhã, era um filme que seria ali pela primeira vez exibido com audiodescrição. Nós, postos os fones de ouvido, já podíamos ouvir nossa querida e competente Lívia Motta a descrever tudo a nosso redor. E após algumas falas no palco frente ao alditório, o filme iniciou sua exibição. E, é claro, usufruindo do bom recurso de acessibilidade pudemos entender tudo que passou no filme Coração do Pai. Suas cenas, seus coloridos, em fim, nada deixamos de entender realmente! meus parabéns professora Lívia Motta, que belo trabalho!
Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há fala, nem palavras; não se lhes ouve a voz. Por toda a terra estende-se a sua linha, e as suas palavras até os confins do mundo. Neles pôs uma tenda para o sol, que é qual noivo que sai do seu tálamo, e se alegra, como um herói, a correr a sua carreira. A sua saída é desde uma extremidade dos céus, e o seu curso até a outra extremidade deles; e nada se esconde ao seu calor. A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos simples. Os preceitos do Senhor são retos, e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, e alumia os olhos. O temor do Senhor é limpo, e permanece para sempre; os juízos do Senhor são verdadeiros e inteiramente justos. Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e mais doces do que o mel e o que goteja dos favos.
Passavam das 12h e 30min quando saímos do auditório e fomos até o museu. Para chegarmos no museu da bíblia era necessário que passássemos pelo saguão onde havíamos tomado café da manhã, lembra? pois bem, iniciamos então o processo de conhecer o museu em si, sua história e o importante da existência dele, a história da bíblia!
Mais uma vez peço desculpas aos queridos leitores, pois não pretendo descrever aqui a história da bíblia em si, mas sim o ambiente do museu da bíblia. Todavia, aconselho fortemente que você, se possível, vá até lá para conhecer a história dos livros Sagrados de todos os cristãos. Independentemente do seu estilo de vida, mesmo não sendo cristão vá lá! tenho absoluta certeza que vocês não irão se decepcionar com a forma pela qual foram escrito os livros, o processo históricos, em fim, tudo lá é maravilhoso mesmo!
Acompanhado por um simpáttico casal de voluntários, fomos até o interior do museu e com grande interesse visitei cada espaço lá existente. os monitores com brilhantismo e demonstrando uma gentileza sem tamanho tudo nos mostravam e detalhavam com toda calma do mundo! A primeira peça que toquei com minhas mãos foi um rolo de pergaminho. Os pergaminhos eram usados no passado para que fossem registrados neles os manuscritos. E a bíblia não foi diferente, ela é formada por vários livros, uma centena de homens e mulheres da época registraram, manifestaram suas crenças em Deus e os pergaminhos bem como outras peças foram usadas para tais objetivos. Um pergaminho é uma tira imensa de pele de animais, especificamente pele de carneiro, ovelha ou cordeiros no formato de um rolo.
Os pergaminhos eram guardados em grandes potes, parecidos com os potes de barro, "argila" onde as pessoas costumam colocar água filtrada para mantê-la fresca. Para cada pergaminho era um pote deste seu amarzenamento, o tornando assim então bastante viável creio em sua procura.
Continuando pelo museu senti tão igualmente com minhas mãos uma pedra onde os egípcios registravam através de figuras seus manuscritos. É pequena, tem o formato de um quadro literalmente arredondado e esta pedra é estilo um granito. Um armário contendo em seu interior inúmeros livros, a bíblia em si traduzida para várias e várias línguas é mantida como representatividade de todos os povos e línguas existentes neste planeta terra. Fiquei maravilhado por tocar numa bíblia cuja tradução é italiana e para esta língua deixo a seguinte frase: Beata la nazione il cui Dio è l'Eterno; beato il popolo ch'egli ha scelto per sua eredità.
Continuando minha visita, fui mais avante e conheci uma imprensa que substituindo os pergaminhos, dando mais agilidade na impressão. É uma impressora alemã que tendo um formato de um "v" o papel era introduzido num ambiente e na superfície de uma pequena mesa no fundo do "v" era montado letra por letra do texto e após este longo processo era fechado e uma alavanca movida da direita para esquerda a folha saía perfeitamente impressa. O papiro também estava lá para integrar o mais perfeito cenário de um museu que pretende mostrar como Deus se manifestou no passado e como foram compostos os diversos livros onde Deus com sua infinita bondade falava e continua a falar com seu povo.
Num gesto criativo e perfeitamente acessível da Sociedade Bíblica do Brasil, vários cheiros bíblicos estão expostos em potes tão igualmente aos já citados acima, porém bem menores e formatos diferentes Parecidos com garrafões no formato, tendo sua superfície toda perfurada estavam vários cheiros como Rosa de Saron, Nardo, mirra entre outros! que maravilhoso não é gente querida?
Não posso aqui deixar de registrar minha maior emoção!
como vocês podem ver na minha foto, estou vestido com o agasalho que vestia o apóstolo Paulo. Penso que qualquer cristão ciente e consciente da passagem deste apóstolo na terra não segura uma gota de lágrima por se sentir assim tão pertinho destes personagens. Sendo São Paulo o apóstolo mais efetivo, deixou no novo testamento várias de suas obras como as cartas de Paulo, atos dos apóstolos, poxa vida!O museu contando um pouco sobre as sociedades existentes no mundo disponibilizam várias línguas no formato áudio nos dando o privilégio de escolher qual língua queremos ouvir. Com fones de boa qualidade pudemos ter aqui no olvido a bíblia lida em idiomas escolhidos por nós.
E para encerrar nossa visita fomos até uma salinha escura, completamente escura... escura... muito es... cu... ra... podíamos ouvir o brilhante locutor nos descrever sobre os milhões e bilhões de sóis existentes no espaço, tudo com muito cuidado e dados eram perfeitamente ouvidos sobre a terra e os demais planetas existentes e descobertos pelo homem no espaço. Esta salinha não tinha uma fórmula e vocês já podem perceber com que ela está relacionada não é? não entendeu? tudo bem eu te explico! Deus nos deixou bem claro no primeiro livro da bíblia que antes da criação da natureza sobre a terra o mundo era mais ou menos assim: a terra era um vazio, sem nenhum ser vivente, e estava coberta por um mar profundo. A escuridão cobria o mar, e o Espírito de Deus se movia por cima da água.
Pois bem, saímos para a direita a salinha onde estávamos é... que alegria! que lindo! olhem o mar, olhem a natureza, quantas árvores lindas! quantos pássaros voando de um lado para o outro livremente! olha os frutos que cenário invejável! as folhas, tudo tão verdinho! sim, isso mesmo! Deus nosso criador acabava de fazer existir o mundo, a natureza e a terra ganhava luz, vida, ar!
Mais uma vez registro aqui a criatividade da Sociedade Bíblica do Brasil que realmente tornou esta segunda sala possível que nós pudéssemos tocar, sentir os troncos das árvores, sentir com nossos pés a superfície do chão dando a impressão que estamos a pisar em matos, pedrinhas, que lindo! Um som acolhedor a qualquer ouvidos, lá podemos ouvir os pássaros a cantar de um lado para o outro em som sobre efeitos especiais, ouvimos também as ondas, o mar, em fim tudo aquilo que realça natureza.
Dois bonecos representando o primeiro casal que reproduziram a humanidade. Adão e Eva também foram tocados por nós numa despedida de momentos tão maravilhosos. Momentos que nunca sairão de nossas mentes, momentos que ficarão guardados no coração pois assim como bem disse a mestra no início do evento, sonhar nunca é demais, lá está um museu que pode ser acessado por quaisquer limitações físicas ou sensoriais.
Obrigado Sociedade Bíblica do Brasil, obrigado! tenham todos vocês a mais absoluta certeza que estão num caminho correto, estão da forma que Deus a quem vocês tanto prezam e nós aqui também prezamos. Estamos felizes por saber que podemos tocar e sentir cheiros, ouvir os barulhos bíblicos, enfim, aprender a cerca do nosso Criador, Deus!
Parabenizo a todos da (SBB) seja da direção executiva, seja os funcionários e voluntários. E conforme vocês iniciaram nossa visita deixando claro que a bíblia iniciou seus manuscritos na língua hebráica, deixo-lhes uma pequena frase hebráica como lembranças boas vividas aí com todos e todas!

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